Mídias móveis e a internet de lugares e coisas

Além da Web 2.0 e 3.0, a cultura da mobilidade, baseada nos dispositivos móveis, aliados ao sistema de posicionamento global (GPS), já começa a render frutos. Antes mesmo da explosão dos dispositivos móveis, Castells (1996, ver também 2003) já argumentava que o universo digital é parte integrante da organização material, econômica, política das sociedades, sendo inclusive determinante nessa organização e significativa de sua real existência.
Essa integração vem recebendo um novo impulso recentemente com os aparelhos móveis que permitem encontros com a tecnologia em situações sociais distintas, que criam a necessidade de entender os contextos e que nos dão a habilidade de transformar o espaço pela introdução da tecnologia. Essas questões vêm sendo incrementadas pelos projetos variados de mídias locativas. André Lemos (2011, p. 130) nos fornece uma definição clara de mídias locativas: Um conjunto de processos e tecnologias [que] se caracteriza por emissão de informação digital a partir de lugares/objetos.

Esta informação é processada por artefatos sem fio, como GPS, telefones celulares, palms e laptops em redes Wi-Fi ou Wi-Max, Bluetooth, ou etiquetas de identificação por meio de rádio freqüência (RFID4). As mídias locativas são utilizadas para agregar conteúdo digital a uma localidade,servindo para funções de monitoramento, vigilância, mapeamento, geoprocessamento (GIS), localização, anotação ou jogos. Dessa forma, os lugares e objetos passam a dialogar com dispositivos informacionais, enviando, coletando e processando dados a partir de uma relação estreita entre informação digital, localização e artefatos digitais móveis.

A computação móvel e pervasiva (computadores em todos os lugares) é a chave para a compreensão das mídias locativas. No processo, o uso de sistemas de informação geográfica (GIS) espalhou-se das corporações e escritórios para as ruas e os campos, da administração pública e ambiental para um largo espectro de usos sociais. Desse modo, um dos mais profundos desafios das mídias locativas está em transmitir informação geográfica não mais nas tradicionais e pesadas janelas dos desktops, mas nas tecnologias finas e leves dos sistemas móveis e embarcados.



Fonte - Artigo Santaella: http://revistas.javeriana.edu.co/index.php/signoypensamiento/article/view/2408/1692